A minha vida, só por si, já anda em completa revolução. Já não é de hoje, nem de ontem, nem sequer de anteontem, sempre foi. Os altos, os baixos, o bom e o mau, são sempre momentos de revolução, ora pacifica - quando temos força para aguentar -, ora mais agressiva - quando já não há paciência para mais nada. Eu que, dos meus altos 25 anos, já vi muita coisa, estou em crer que ainda me falta ver muito mais. No entanto, o que vi hoje, não me surpreendeu, confesso (correndo o risco de ser apedrejada). Não me causou espanto porque, ao contrário de pessoas que comentam e que não vivem realmente no "mesmo mundo" que eu e que muita daquela gente, "criminosos e delinquentes" inclusive, sei que há mais, há muito mais para além daquilo que conseguimos imaginar. Há que explicar, sublinhado e em bold, que não sou adepta de qualquer forma de violência (porque há várias), acho também que atos intoleráveis como agressão devem ser punidos. Mas sei também que, esses filhos da puta, esses gajos do governo, me agridem todos os dias, sofro ataques de violência por parte desses senhores, que me fazem contar os trocos todos os dias, que me fazem ver a minha família a fazer contas à vida, a minha mãe a escolher entre alimentos, porque muitos não pode ser, que me fazem temer o MEU futuro, que me tentam roubar sonhos atacando e violando o meu suor, a minha dedicação, o meu empenho, a minha força de vontade, a MINHA VIDA, O MEU FUTURO. Fico lixada, fodida, com esses cabrões que se passeiam em altos carrões, que almoçam, jantam, dormem, bebem, e fazem sei lá eu mais o quê, com o MEU DINHEIRO, O VOSSO DINHEIRO. E a mim quem me protege? E à minha mãe, ao meu pai, aos meus amigos, quem? Eles, esses filhos da puta, sempre têm a polícia que esteve, hoje, CORAJOSAMENTE a defender-se durante duas horas de ataques de miúdos, inconscientes, irresponsáveis, que muito possivelmente já não aguentam mais, assim como eu, e como vocês, talvez. Aqui o grave da questão, é que ninguém vê que a nossa sociedade está cheia de problemas, mas problemas sérios de falta de direitos, de lealdade, de verdade, de compreensão e de JUSTIÇA. Devia-se pensar era nisso, alguém já tentou saber que vida aqueles garotos têm? As dificuldades? Que comportamento gera comportamento e que a violência está a vir TAMBÉM de cima? Os exemplos estão a vir de TODO o lado, porque a sociedade assim está a ficar, do pobre ao milionário. Apedrejar pessoas que estão a fazer o seu trabalho não é, de todo, uma atitude correta, mas quer se queira quer não, é o reflexo do que se passa. Da perda de valores, da perda da dignidade - já nem falo da vergonha na cara, porque essa já foi perdida há muito tempo -. Fico triste, por ver a nossa sociedade a enterrar-se quase ao nível da economia. A minha questão é: E a mim, quem me vai proteger?
Por outro lado, caros filhos da puta, posso garantir-vos que não me vão roubar o sorriso na cara, não me vão proibir de sonhar, nem cortar a determinação, não vão abusar da minha vontade, nem tão pouco dos meus objetivos, esses estão traçados, posso demorar por vossa causa, cabrões, mas eu vou conseguir, NÓS VAMOS CONSEGUIR.
E o mais importante, não vou deixar que eu, ou que as pessoas que estão à minha volta, percam os valores, sei que não é uma tarefa fácil, mas acho que resolveria mais do que pedras ou outras formas de violência. Tentem.
E revolução também significa ajuda, partilha e compreensão.
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